Primavera Arabe
É a ação de dizer uma coisa com o fim de fazer entender outra coisa que é geralmente o seu contrário.
Para Sócrates, a ironia tem mais de malícia do que de ignorância ou humildade, é assim, uma falsa ignorância, onde se pergunta já sabendo a resposta, onde existe a consciência de superioridade perante o interlocutor. É o seu método de interrogação que tem como objetivo encontrar as contradições do próprio interlocutor. Sócrates levava o interlocutor a entrar eventualmente em contradição e a duvidar do seu próprio conhecimento, ou seja, a reconhecer que afinal não sabia tão bem o que era a justiça, a coragem, a educação certa, a verdade, a arte de governar, etc., como pensava. Estava, assim, pronto para uma pesquisa mais séria, libertado de preconceitos, através da maiêutica. A partir do seu "só sei que nada sei", poderia iniciar a investigação filosófica.
A partir de Kant, a ironia assume uma base filosófica, com a sua ironia transcendente, onde esta é a indiferença perante a discriminação do valor dos objetos, o modo de indiferença de encarar o assunto cuja realidade se desconfia. Em Kierkegaard, a atitude irónica face ao mundo assume uma postura de atitude moral, em que a dúvida é a maneira de humildade e início de sabedoria.
Atualmente, a ironia consiste em não dar às palavras o seu valor real ou completo, onde significa o contrário do que se diz, escondendo de uma forma imperturbável o que se considera errado. São frases onde existe um segundo sentido desconhecido, podendo-se apenas deduzir sobre ele e tentar interpretá-lo.