Primavera árabe
A Primavera Árabe foi um movimento que teve início em 2010, com uma série de protestos no Oriente Médio contra ditaduras extremamente repressivas, contra a situação socioeconômica e a falta de garantia dos direitos fundamentais da maior parte da população. Contou com a desobediência e a resistência civil da população, com o ativismo virtual, autoimolação, manifestações e boicotes. Há quem afirme que a Primavera Árabe teve início quando o jovem comerciante tunisiano, Mohammed Bouazizi, ateou fogo no próprio corpo no dia 17 de dezembro de 2010, em protesto contra o confisco de suas mercadorias, e contra a humilhação e assédio que sofria por parte do governo do, então ditador, Zine El-Abidine Ben Ali, contudo, pode-se afirmar que este ato foi apenas o estopim, mas não a causa principal da revolução.
O abuso de poder, a supressão de direitos e liberdades, e a tirania de muitos governos locais implicaram numa série de revoltas, que somadas às condições degradantes que grande parte da população se encontrava, deram origem a esse movimento.
A onda revolucionária atingiu vários países árabes do Oriente Médio e da África, entre eles: Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein, Síria, Argélia, Iraque, Jordânia, Kuwait, Marrocos, Sudão, Líbano, Mauritânia, Omã, Arábia Saudita e Djibuti. E os objetivos buscados eram quase sempre os mesmos: a queda de ditadores há vários anos no poder, a busca por regimes democráticos, a convocação de eleições livres, a garantia de direitos e liberdades inalienáveis aos cidadãos, maior participação popular no governo, entre outros. Um slogan que se tornou muito popular durante o movimento foi o “Ash-shab yurid isqat an-nizam”, que significa: “O povo quer trazer abaixo o regime”. A comunidade árabe, de fato, conseguiu trazer vários regimes abaixo, como por exemplo, o de Ben Ali, na Tunísia; o de Hosni Mubarak, no Egito; o de Muammar Kaddafi, na Líbia; e o de Ali Abdullah Saleh, no Iêmen; entretanto em vários países, a