senhora
Yemanjá, Omolú e Yansã. Num canto, no próprio terreiro, Zé do Burro (Leonardo
Villar) está ajoelhado, olhando devotamente para a imagem de Santa Bárbara, ao terminar sua reza, faz o sinal da cruz e levanta-se. Zé do Burro é católico, mas não encontra problema algum em freqüentar o candomblé. Ao longo do filme descobriremos que foi no terreiro de Yansã, que no sincretismo religioso é Santa
Bárbara, que Zé do Burro fez sua promessa: se Nicolau conseguisse sobreviver ao acidente que sofreu quando o galho de uma árvore caiu em sua cabeça durante uma chuva de trovões, ele levaria uma cruz tão pesada como a de Jesus Cristo até a Igreja de Santa Bárbara na cidade de Salvador, no dia da festa da santa. Por orientação da Mãe de Santo do Terreiro de Yansã, a promessa deveria ser bem grande, afinal seu fiel companheiro também era bem importante. Yansã – Bárbara foi escolhida por Zé do Burro por ser a orixá – santa das chuvas e das tempestades. Atendido por Yansã – Bárbara, a Zé do Burro só resta percorrer as 7 léguas que separam seu sítio da Igreja de Santa Bárbara, carregando a cruz. Não há explicação de quantos dias Zé do Burro, seguido de sua esposa Rosa (Glória
Menezes), demorou em cobrir a distância. Sabemos, apenas, que foi uma caminhada árdua: enfrentou o sol escaldante e a seca do sertão, as tempestades e a lama, passou fome, sede e frio. Em sua caminhada despertou a compaixão dos sertanejos, que respeitosamente tiraram seus chapéus para deixá-lo passar. Já na cidade, próximo à igreja, pelas ruas do Pelourinho, a reação da população boêmia é outra: descaso e deboche, ninguém entende seu ato, um dos presentes, de forma pejorativa diz que Zé do Burro “é um palhaço”. Na escadaria, Zé do