Prefeitura
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2.POLÍTICA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL COMO UMA
POLÍTICA PÚBLICA E SOCIAL
2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS –
UMA BREVE ABORDAGEM CONCEITUAL
A compreensão da constituição e do conteúdo de uma política de saneamento ambiental passa, necessariamente, pelo entendimento dos fatores políticos, sociais, econômicos, entre outros, que determinam a atuação do Estado no campo das políticas públicas e sociais em cada contexto histórico. As visões de mundo de cada época, a correlação de poder entre as nações, a situação econômica, o nível de organização e o poder de influência da sociedade civil e, no campo epistemológico, o caráter e o conteúdo do saber produzido, formam uma malha complexa que influenciam a ação do Estado.
No campo epistemológico, a história tem demonstrado o quanto a ciência tem assumido um papel importante, e cada vez mais, para dar legitimidade à adoção desta ou daquela política. As transformações ocorridas nos anos 70 colocaram em evidência essa questão e, principalmente, provocaram grandes questionamentos sobre a produção do saber, sobre teses e teorias antes amplamente aceitas.
A discussão epistemológica e filosófica dos anos 70 abriu espaço para várias idéias como a indeterminação dos fenômenos políticos, sociais e econômicos e o significado da verdade; trouxe o fim da referência ao universal; colocou na ordem do dia a discussão sobre a diferença e apresentou um forte questionamento sobre a noção de totalidade. A idéia de início, apogeu e declínio das
EXPERIÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
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civilizações foi posta em questão, assim como as metateorias e a interpretação marxista do real. Não só a racionalidade científica passa a ser revista como a filosófica. Diversas vertentes teóricas passam a ser vistas como ultrapassadas, enquanto outras ressurgem com nova roupagem. Por seu turno, a neutralidade da ciência vem à tona e a filosofia adquire nova força. Assim, as questões