Preconceitos linguisticos
Esse artigo é o primeiro de uma série sobre Preconceito Linguístico. Você pode ler os demais através dos links abaixo:
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Alguém ainda lembra dos seus tempos de escola, quando aquele colega que sempre que precisava ler alguma palavra com dois erres (rr) como, por exemplo, carroça, acabava pronunciando um belo caroça e toda a turma caía na gargalhada? Ou ainda aquele que veio lá do interior e era conhecido como caipira? Lembram?
Pois já naquele tempo, vocês, inocentes crianças, estavam cometendo preconceito linguístico.
Preconceito linguístico é o deboche, a sátira, ou a não-tolerância em relação ao modo de falar das pessoas.
No Brasil falamos português, isso todos sabemos. Mas por algum motivo, convencionou-se que o português falado deve ser o mesmo que o português escrito. Isso quer dizer que, ao longo dos anos, a gramática normativa e a língua foram tratadas como uma coisa só.
Ainda não ficou claro? Eu explico melhor: o português que a gente aprende na escola é chamado português padrão, cujas regras de composição são definidas pela gramática. Tudo certo até aí?
Pois bem, o fato é que a língua falada é muito mais viva e flexível do que as regras escritas naquele livrão grosso. Portanto, língua falada e língua escrita são coisas totalmente diferentes.
Contudo, no momento em que vemos uma luta imensa para abolir os mais diversos tipos de preconceito, aquele do tipo linguístico continua desconhecido fora dos círculos acadêmicos, e o que é pior, estimulado pelos meios de comunicação em massa, como rádio e