Preconceito
DORZIAT, Ana - UFPB
GT: Educação Especial /n.15
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
1. INTRODUÇÃO
O ensino não pode ser considerado isento, imparcial. Nem todos os procedimentos cabem nos diversos universos de ensino. Por isso, as pessoas envolvidas com a educação devem refletir sobre suas opções pedagógicas, tendo como princípio as escolas públicas ou particulares, não só como âmbito material e físico diferentes, mas como locais que abrigam pessoas com realidades e interesses diferentes. Essa é a base para se trabalhar o conhecimento. Além disso, existe a realidade cultural da escola de surdos. Abordar conteúdo de ensino sem entender essa realidade significa ratificar um processo de faz-de-conta que sempre perdurou nessa área.
Atualmente, temos presenciado uma série de investidas no âmbito educacional, com a finalidade de confundir a população em geral, e as comunidades escolares, em particular. Embora se fale muito em respeito à diversidade, há uma prática camuflada de total desrespeito aos direitos humanos, sobretudo aos das minorias marginalizadas. Entre essas minorias estão as pessoas surdas que são atingidas de forma contundente, porque, enquanto os discursos proferidos se mostram democráticos e culturalmente vinculados, visam, de fato, a defesa dos valores da classe dominante.
As pessoas surdas sofrem, no mínimo duplamente, os preconceitos sociais: são vistas como deficientes ou incapazes, por não se moldarem (pelo menos aparentemente) às exigências da sociedade e às do mercado e são, na sua maioria, oriundas das classes populares, menos informadas e menos servidas das necessidades básicas a que todo ser humano deveria ter direito.
A solução encontrada para sanar, pelo menos em parte, esse problema, foi assumir a visão de surdez como deficiência e tentar curá-la, com o auxílio da tecnologia. Como uma forma unilateral de enxergar o desenvolvimento humano e de