Preconceito Linguístico
Disciplina: Introdução ao Estudo da Linguagem.
Professor: Geraldo
Preconceito Lingüístico
Marcos Bagno
54 edição: agosto de 2011
Luciana
13.06.2012
Letras – 1º Semestre
Importante saber!
Quarenta anos de pesquisa sociolingüística no Brasil Têm demonstrado que existe uma distância muito grande entre o p”português” que as gramáticas normativas tentam impor como uso único e exclusivo da língua e os variados modos de fala que encontramos na atividade lingüística real dos cidadãos que gozam de prestígio social. (pág. 11)
Primeiras palavras
[...] “tratar da língua é tratar de um tema político”, já que também é tratar de seres humanos. [...] Temos de fazer um grande esforço para não incorrer no erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a falam. (pág. 19)
[...] Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua. (pág. 19)
[...] Enquanto a língua é um rio caudaloso, longo e largo, que nunca se detém em seu curso, a gramática normativa é apenas um igapó, uma grande poça de água parada, um charco, um brejo, um terreno alagadiço, à margem da língua. Enquanto a água do rio/língua, por estar em movimento, se renova incessantemente, a água do igapó/gramática normativa envelhece e só se renovará quando vier a próxima cheia. Meu objetivo atualmente, junto com muitos outros lingüistas e pesquisadores, é acelerar ao máximo essa próxima cheia... (pág. 20)
[...] Como este é um livro que trata de discriminação e exclusão, decidi homenagear meus sogros, que são, como costumo dizer, um “prato cheio” para alguns dos preconceitos mais vigorosos da nossa sociedade: negros, nordestinos, pobres, analfabetos. Alice Francisca também carrega o estigma de ser mulher numa cultura entranhadamente machista. (pág. 21)
[...] Peço simplesmente aos leitores e leitoras que