preconceito com mulheres no esporte.
PARTICIPAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL
Profa. Dra. Ana Miragaya
A participação de mulheres no esporte moderno é um fenômeno social recente. A aceitação da participação de mulheres no esporte moderno é um fenômeno mais recente ainda. Embora o registro da participação feminina nos Jogos Olímpicos da Era Moderna comece em 1900, as mulheres levaram 104 anos para ser 40,7% do número total de atletas a participar de uma edição dos Jogos Olímpicos (IOC – Jogos da XXVIII Olimpíada em Atenas, 2004: 10.864 atletas: 4.306 mulheres e 6.452 homens) (IOC, 2005).
Os Jogos Olímpicos da Era Moderna iniciaram oficialmente em 6 de abril de 1896, em Atenas, na Grécia, com a participação de 245 atletas masculinos de 14 países do mundo ocidental. O idealizador do renascimento das Olimpíadas, o Barão Pierre de
Coubertin (1863-1937), homem típico de sua época, optou por seguir a tradição dos
Jogos Olímpicos da Antiguidade mantendo as mulheres fora das quadras, campos e arenas esportivas, ao mesmo tempo em que reverenciou a figura do herói da
Antigüidade, portador de um físico extraordinário e virtudes morais inigualáveis.
As
primeiras Olimpíadas modernas não tiveram a participação de mulheres atletas, excluindo, portanto, 51% da humanidade. Entretanto, é possível se observar o aumento gradual no número de mulheres atletas e um número muito pequeno de mulheres assumindo posições administrativas e de gerência nos comitês olímpicos a partir de
1981.
O objetivo deste texto é descrever sucintamente a evolução da participação das mulheres nos Jogos Olímpicos da era moderna: desde sua passividade ditada por crenças e valores tradicionais da Grécia antiga e total exclusão (0,0% de participação) em 1896, até sua inclusão parcial, pressionada pela inovação e pelas iniciativas de emancipação feminina ocorridas ao longo do século 20. Várias contribuições empíricas ilustraram este tema, que é aqui primordialmente visto como uma interação de