Preciosa - Uma história de esperança

O filme “Preciosa – Uma História de Esperança” retrata uma sociedade neoliberal que sofre os reflexos de um sistema que causa desigualdade social, precarização do direitos sociais, desemprego, desestruturação das famílias, disseminação de uma cultura dominante. E, dentro disso, pode-se destacar a questão social e suas múltiplas expressões na vida de Preciosa, uma moradora da cidade de Nova York, no bairro de periferia chamado Harlem. Uma adolescente com 16 anos, negra e obesa sofre vários tipos de preconceito. Na escola ela sofria com bullyng, violência física e psicológica pelos seus colegas.

Preciosa gerou uma filha, com Síndrome de Down, da violência sexual sofrida pelo pai. A criança ficava aos cuidados da avó, e sofria rejeição por ser portadora de necessidades especiais. Preciosa engravidou do segundo filho e foi contaminada pelo vírus HIV, se tornando soro positivo, transmitido pelo pai. Devido à segunda gravidez, houve a transferência dela para uma escola alternativa. O que se torna mais evidente no filme é a agressão moral, física e psicológica causada pela mãe.

No filme os instrumentos utilizados pela Assistente Social, são a entrevista e a visita domiciliar. A primeira, como forma de conhecer a realidade da usuária para saber se adolescente se enquadra no pré-requisito exigido pelo Estado para receber bolsa família; e a visita domiciliar, quando outra profissional, sendo assistente social, faz a visita na casa de Preciosa para confirmar se as informações que são passadas na entrevista conferem com a realidade posta naquele momento.

A postura profissional da Assistente Social mostra que as necessidades sociais vão muita além do que materiais. Preciosa, naquele momento, era muito mais que um vale refeição, um Auxílio Família. Era preciso compreendê-la em sua subjetividade. A postura profissional foi muito mais que uma técnica, a assistente social, procurava fazer uma reflexão sobre a realidade de Preciosa, não se limitou apenas ao preenchimento de