precariados
O documentário Precários Reflexíveis trata de uma reflexiva recorrente em cada depoimentos dos jovens trabalhadores. A ansiedade diante de um futuro incerto. Discorre do cotidiano de jovens altamente escolarizados, com sonhos e grandes visões de futuro, que foram podados diante a uma nova dinâmica do capitalismo global, com um salário frustrante. Essa nova dinâmica leva a classe do proletariado a uma verdadeira crise salarial, pois têm seus diplomas de alto nível de formação e escolaridade completamente desvalorizados.
Na década de 2000 foi significativo o crescimento de falsos empregados. Estudantes e jovens já com nível superior desempregados ou em vínculos empregatícios precários, que fazem parte da camada social denominada, precariado, na busca por uma estabilidade profissional.
Desse modo seguiam na teoria de que os trabalhadores que possuem condição digna de trabalho são vistos como privilegiados, contradizendo uma nova geração que busca por formas de trabalho mais dignas e igualitárias. O surgimento da camada social do precariado é a prova histórica viva da falência da ordem social burguesa baseada nos ideais de emprego com direitos sociais, inclusão social com consumo e Estado social com democracia representativa.
Com a crise europeia, existe um espectro chamado, precariado que ronda a Europa. Os sociólogos da ordem burguesa não conseguem identificar na massa de jovens proletários altamente escolarizados, mas frustrados em suas pretensões salariais, um pertencimento de classe capaz de negar a ordem burguesa.
Ressurge então com vigor, o protagonismo social da camada social do precariado, o conceito de proletariado como classe negativa. Entretanto, não se trata mais do proletariado industrial de meados do século XIX, alienado do ideal de produção, mas sim do precariado como camada do vasto mundo social do proletariado, alienado do ideal de consumo.