Praticas pedagogicas
Realizada em: 15/10/2008
Atuação: Professor titular da Universidade Católica de Petrópolis
Obras: GARCIA, Regina Leite (Org.); MOREIRA, A. F. B. (Org.). Currículo na contemporaneidade: incertezas e desafios. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008
Currículo: conhecimento e cultura
Salto – Antonio Flávio, como você define currículo escolar?
Antonio Flávio – Esta palavra tem tido uma série de sentidos ao longo dos tempos. Ela foi considerada como sinônimo, praticamente, de conteúdos, depois experiência de aprendizagem, depois ela se referiu a planos. E eu penso que hoje seria interessante nós entendermos currículo como o conjunto de experiências de aprendizagem, organizado pela escola, sobre responsabilidade da escola, que gira em torno do conhecimento escolar, que eu vejo como a matéria-prima do currículo, e que vai contribuir para formar as identidades de nossos estudantes. Penso que essa visão de currículo é suficientemente abrangente para incluir conhecimento escolar, as experiências, a necessidade de planejamento e de organização por parte da escola e, ao mesmo tempo, a importância na formação das identidades.
Salto – Como você analisa a relação entre currículo e sociedade?
Antonio Flávio – Um currículo é organizado em um dado momento histórico, numa dada sociedade, e vai refletir aquilo que essa sociedade deseja formar, como sendo o homem educado, a mulher educada, que deseja ter como membro desta sociedade. Consequentemente, ele atende às demandas de grupos que tenham, na sociedade, o poder de definir aquilo que a escola pretende, vai fazer. Por outro lado, é importante também acentuar que o currículo não reflete apenas as demandas da sociedade. Ele também pode contribuir por suas ações, pelos seus efeitos nos estudantes, para efetuar mudanças nessa sociedade. Portanto, é uma via de mão dupla.
Salto – Existe uma conceituação, que sei que não é sua, de currículo flexível, em função dessas demandas da sociedade. Como você vê essa