Pranchas
Símbolo da alma cristã, inteiramente virada para a vida interior, a basílica, construída de tijolo, é, exteriormente, apenas uma edificação sem ornamentos. No interior, pelo contrário, ostenta-se um grande luxo de decorações para dar ao fiel a impressão de que se encontra num lugar sobrenatural. As colunas são de mármore; a base as paredes é ornamentada com mosaicos decorativos de mármore preciso, aos quais se junta, por vezes, o pórfiro, o nácar, o ónix e outros materiais raros. Na parte superior, acima das arcadas, sobre o arco triunfal que separa a nave do transepto, ao fundo da ábside, cintilam outros mosaicos, em friso, com personagens que representam cenas inspiradas nos dois Testamentos. O altar é coberto por um dossel de ourivesaria ou de mármore; o coro é rodeado por uma vedação de mármore incrustado com ambons (cadeiras para a leitura da Epístola ou do Evangelho).
Novas Concepções Plásticas
A arte triunfal conservou a plástica da arte anterior; o espírito da escultura da Antiguidade subsistiu, nos séculos IV e V, nos sarcófagos – grandes obras de mármore em que, desde o século II, eram sepultados os pagãos, assim que a influência das religiões orientais (entre as quais o cristianismo) substituiu a incineração pela inumação. Os sarcófagos romanos estão ornados com cenas cristãs em alto-relevos vigorosos que se alteram pouco a pouco sob a influência oriental, influência que triunfa no século VI.
A verdadeira inovação da arte triunfal é o mosaico figurado. Empregado pela arte helenística sob a forma de quadros que ornavam os pavimentos, o mosaico, executado agora nas paredes, alinha em largas superfícies uma grande quantidade de figuras. Inspiram-se ainda na estética da Antiguidade – representação das figuras nas três dimensões do espaço, fundos de paisagem naturais, trajos antigos -, mas a perspectiva já se acha alterada; não aparece ainda o fundo dourado.