Praia
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU
Estudos Sociais - Cláudia Bayma
1 - Introdução:
Ao pensar em praia, automaticamente vêm à mente a imagem de um local de lazer, um espaço turístico, um destino para as férias de verão. Porém, tanto do ponto de vista histórico como do ponto de vista de sociológico, é muito mais que isso. Primeiro, as praias são a porta de entrada para o continente. Analisando a colonização brasileira, os navios que trouxeram parte da nossa identidade atual, atracaram nas mais diversas e belas praias brasileiras, do Nordeste ao Sul. A partir daí, as cidades foram construídas em torno da orla, e assim começava a se desenvolver o Brasil.
Do ponto de vista social, os cidadãos do Brasil-Império ao Brasil atual desenvolveram os mais diversos tipos de relação com a praia. Antigamente, um passeio à beira-mar era recomendado apenas para os enfermos. Já houve tempo em que não era nada saudável ser banhado pelo mar. Usava-se bastante roupa nas areias de Copacabana, a praia do Recreio era deserta e o Flamengo não havia ainda sido aterrado. O espaço da praia acompanhou, como o cidade em si, o desenvolvimento da cidade, adaptando-se as mudanças e adquirindo os mais diversos papeis na vida da sociedade.
Hoje, nos dias de sol com os quais o país é abençoado quase o ano inteiro, a maior parte das praias está lotada com pessoas de pouca roupa. Há quem diga que a praia é uma válvula de escape social. Nas areias, não há mais luta de classes, não se faz distinção. Ao mesmo tempo, há quem afirme o contrário - a praia pode ser bastante segregacionista de uma forma tão aparentemente natural a ponto de ser imperceptível aos olhares já acomodados.
Partindo do princípio de que há diversos tipos de praia na cidade do Rio de Janeiro, nenhuma afirmativa é completamente absoluta. As praias mesmo que próximas cumprem diferentes papeis, pois estão