Povos ciganos e cidadania
Os ciganos têm suas origens incertas e, ao contrário do que se pensa sobre eles, não há uniformidade de costumes e traços físicos. É um povo disperso pelas várias regiões do Brasil e há uma enorme diversidade de grupos e subgrupos.
Há entre eles uma grande heterogeneidade de hábitos e costumes, assim como traços e línguas, o que torna quase que impossível uma definição do que seria um cigano. A característica que é frequentemente atribuída a eles é o nomadismo. No Reino Unido, essa característica foi utilizada para definir a noção de cigano. No entanto, existe uma grande quantidade de grupos que são sedentários, fixos. Este fato, inclusive, é motivo de discriminação entre eles. Os sedentários dizem que os nômades persistem em uma vida primitiva, enquanto os nômades dizem que os sedentários abandonaram suas tradições e deixaram de ser ciganos.
Longas saias, joias de ouro e prata passam longe de ser um padrão. Inclusive, são utilizadas mais para reforçar um estereótipo do que um costume. Os povos ciganos geralmente utilizam as roupas que são comuns no lugar em que vivem, e isso vale também para a língua. Apesar de existirem dialetos semelhantes, é comum a adoção da língua do lugar em que vivem, deixando o dialeto cigano para momentos em que há um não-cigano presente e se quer evitar que ele ouça.
Apesar da diversidade, o que aproxima então esses povos ciganos? Todos eles foram e ainda são perseguidos. Esse trabalho se justifica ao tratar dessa perseguição e discriminação no Brasil. Realizar esta pesquisa traz a reflexão sobre os povos ciganos, que tem pouco de sua história conhecida e cidadania muitas vezes desrespeitada.
Durante o século XIX, em Minas Gerais, por exemplo, praticamente só se falava de ciganos quando sua presença inquietava as autoridades. Fontes como viajantes e memoralistas muitas vezes os classificavam como “ladrões”, “sujos”.
Segundo o autor Rodrigo Corrêa Teixeira, em seu livro História dos Ciganos no