Potenciar o tempo de treino desportivo
“Não tenho tempo suficiente para treinar todos os aspetos do jogo que considero importantes para a minha equipa”.
Quantos de nós treinadores já fizemos esta afirmação para justificarmos uma derrota ou uma exibição mais fraca da nossa equipa? Pessoalmente, já utilizei este argumento, mas agora reconheço que a falta de tempo não é justificação para tudo e, principalmente, não podemos ser conformistas ao ponto de achar que o facto de o adversário treinar mais tempo que nós significa, a priori, que é melhor. Reconheço que uma equipa que treina mais vezes por semana deveria apresentar mais e melhores soluções, mas também considero que treinar em quantidade não significa, obrigatoriamente, treinar em qualidade.
Concordo que todos gostaríamos de ter mais tempo para treinar, mas acho que, por vezes, não aproveitamos ao máximo o tempo de treino que temos disponível. Isto leva-nos à questão central deste artigo: rentabilização do tempo de treino.
Como todos os treinadores, julgo que o jogo é reflexo do treino e, como tal, acredito que o segredo do sucesso pode estar muitas vezes na organização dos nossos treinos. Basicamente, acho que não podemos desperdiçar um minuto que seja em situações que não sejam relevantes para o jogo e esta regra ganha ainda maior importância para as equipas que treinam poucas vezes por semana. Isto implica que cada exercício de treino, desde o aquecimento até à última atividade, deve servir para a organização do jogo. Para clarificar esta afirmação, apresento algumas situações práticas:
SITUAÇÃO 1
Tradicionalmente, na parte preparatória do treino (aquecimento), os jogadores realizavam corrida contínua com exercícios de mobilização articular e geral durante 15 a 20 minutos. Para rentabilizar o treino, podemos utilizar esse tempo para os jogadores realizarem exercícios de mobilização geral com um movimento do nosso modelo de jogo, que tanto pode ser uma movimentação ofensiva/defensiva,