Positivismo
O Positivismo representa uma atitude filosófica que teve sua fase áurea no século passado («Positivismo clássico»), impregnando notoriamente a mentalidade contemporânea. Ainda hoje, através de novos surtos ou «reprises», influencia o pensamento de não poucos intelectuais.
Em nossa resposta, consideraremos brevemente a personalidade do fundador do sistema — Augusto Comte — e suas principais doutrinas, a fim de podermos proferir um juízo ponderado sobre o assunto.
2. As principais teses do Positivismo
Augusto Comte é o iniciador de uma atitude de espírito ainda hoje assaz difundida (o espírito positivo ou positivista) mais do que o chefe de uma escola de Filosofia sistemática. No fim do século passado, Lévy-Bruhl podia dizer que «o espírito positivo estava tão intimamente mesclado ao pensamento da época que ninguém o notava mais, como ninguém nota o ar que respira» (Le centenaire d'Auguste Comte, em «Revue des Deux-Mondes», 15 janv. 1898, 398).
Quais seriam, pois, as grandes características da mentalidade positivista ?
2.1O principio básico do pensamento de Comte é a renúncia a toda Metafísica, ou seja, a todo conhecimento que não possa ser imediatamente controlado pelos sentidos.
«A filosofia positiva se distingue principalmente da antiga filosofia teológica ou metafísica por sua constante tendência a remover como necessariamente vã toda procura de causas propriamente ditas, sejam primeiras, sejam finais; ela se limita a estudar as relações imutáveis que constituem as leis... Na verdade, não somos capazes de conhecer senão os fatos perceptíveis pelos nossos sentidos; jamais podemos obter alguma noção sobre a natureza íntima de um ser qualquer nem sobre o modo essencial como se produza algum fenômeno.
Por conseguinte, o positivismo só admite como objeto de ciência os fenômenos e suas leis. As causas e as substâncias (ou entidades) situadas por detrás dos fenômenos parecem-lhe pertencer a região inacessível ao conhecimento.