Português padrão, português não-padrão e a hipótese do contato linguístico

5875 palavras 24 páginas
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Português padrão, português não-padrão

Universidade Federal de Minas Gerais

Heliana Ribeiro de Mello

por

ea hipótese do contato lingüístico

Introdução

As questões ligadas aos processos sociohistóricos e lingüísticos que mo

delaram o português brasileiro nos levam a refletir sobre o contato dos mi

lhões de africanos que aqui conviveram com a população nativa indígena e

com o elemento colonizador português. Um dos primeiros fatores a se levar em consideração ao analisar a ecologia lingüística caracterizadora do Brasil

colonial é, sem dúvida, o multilingüismo. Sabe-se que aqui abundavam lín guas nativas, apesar de ser mais comum ouvirmos falar de línguas tupis e de uma eventual coiné, a língua geral. Ademais, sabemos que o português quinhentista para cá trazido não era uniforme e padronizado. Se hoje Portugal,

apesar da pequena extensão territorial, apresenta uma variedade de dialetos

distintos, maior ainda eram essas variações no seu período pós-arcaico - foi esse o momento de formação de uma língua padrão portuguesa; quando a litera tura escrita nessa língua começava a se firmar e quando os primeiros compên

dios gramaticais foram escritos. Adicionem-se às línguas indígenas e diale-

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dialetal extensa, incluindo aí dialetos regionais c sociais.

1Entenda-se aqui português brasileiro como unia supra-categoria que abarca uma variedade

quasi-passiva em lugar de passivas sintéticas), relativas cortadoras e com

miliares etc. No PNP observam-se características como: redução do paradigma de concordância verbal, marcação de concordância de número no primeiro elemento do SN, predominância de construções analíticas (por exemplo, a

pulacional que pouco ou nenhum acesso teve à educação escolar. Esse dialeto pode também ser utilizado por pessoas que apesar de dominarem variedades dialetais padrão, se expressam em PNP em contextos

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