portugues
Foi Autora de catorze livros de poesia, publicados entre 1944 e 1997, escreve também contos, histórias para crianças, artigos, ensaios e teatro. Traduziu Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses.
Recebeu entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana. Foi a primeira portuguesa que venceu este prestigiado prémio.
Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objetos, as coisas, os seres, os tempos, osmares, os dias.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu a 2 de Julho de 2004, em Lisboa.
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Porque… Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não. Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não. Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não. Sophia de Mello Breyner Andresen