Portugues 12ºano
Síntese
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Em Fernando Pessoa, há uma personalidade poética activa, designada de ortónimo, queconserva o nome do seu criador e uma pequena humanidade, formada porheterónimos, que correspondem a personalidades distintas.
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No ortónimo, coexistem duas vertentes: a tradicional, na continuidade do lirismoportuguês, e a modernista, que se manifesta como processo de ruptura. Na primeira,observa-se a influência lírica de Garrett ou do sebastianismo e do saudosismo,apresentando suavidade rítmica e musical, em versos geralmente curtos; na segunda,encontramos experimentações modernistas com a procura da intelectualização dassensações e dos sentimentos.
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A poesia, a cujo conjunto Pessoa queria dar o título Cancioneiro, é marcada pelo conflitoentre o pensar e o sentir, ou entre a ambição da felicidade pura e a frustração que aconsciência-de-si implica.
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Pessoa considera que a arte “é o resultado da colaboração entre o sentir e o pensar”.Daí a sensibilidade a fornecer à inteligência as emoções para a produção do poema.
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Para exprimir a arte, o autor criativo precisa de intelectualizar o sentimento, o que podelevar a confundir a elaboração estética com um acto de “fingimento”. O poeta parte darealidade mas só consegue, com autêntica sinceridade, representar com palavras ououtros signos o “fingimento”, que não é mais do que uma realidade nova.
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O fingimento artístico não impede a sinceridade, apenas implica o trabalho derepresentar, de exprimir intelectualmente as emoções ou o que quer representar.
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O conceito de fingimento é o de transfigurar, pela imaginação e pela inteligência, aquiloque sente naquilo que escreve. Fingir é inventar, elaborar mentalmente conceitos queexprimem as emoções ou o que quer comunicar.
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Entrar no jogo artístico, fingir ao exprimir as emoções, mas com toda a dimensão desinceridade, implica e explica a construção da poesia de ortónimo.
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A dialéctica da sinceridade/fingimento liga-se à da