Porto De Maca

Porto de Macaé: alegrias e tristezas
Arthur Soffiati
Os macaenses iniciam 2014 entre sorrisos e lágrimas. Agora, que os fogos espocaram, vamos ao ponto: embalada pelas promessas do pré-sal e da medida provisória dos portos, a empresa Queiroz Galvão quer construir um novo porto em Macaé. Ganhar dinheiro, o real motivo da empresa, nunca é declarado. Para todos os efeitos, o que ela pretende é auxiliar o saturado porto de Imbetiba, pertencente à Petrobras, e melhorar a qualidade de vida da população de Macaé. O prefeito do município apóia. O que os macaenses precisam saber para se posicionar mais claramente acerca do novo empreendimento é que:
1- O local escolhido para ele não se presta à construção de portos. O trecho costeiro que se estende do Rio Itapemirim (ES) ao Rio Macaé (RJ) consiste num imenso aterro construído naturalmente com material proveniente da zona serrana e do mar. Em vários pontos, é possível perceber com clareza que o continente avançava mais no mar e que foi erodido por ação deste, sobretudo nas áreas de tabuleiro. As outras partes são constituídas de planícies aluviais restingas. Neste trecho, a costa é geologicamente nova, ainda instável e baixa, enquanto que o mar é raso e apresenta forte energia oceânica. Qualquer obra das dimensões do porto da Queiroz Galvão causa muitos danos ambientais. É preciso abrir longos, largos e profundos canais. Os sedimentos retirados com a abertura deverão ser depositados no mar ou no continente, resultando em novos impactos. Como não há reentrâncias nem formações pedregosas na costa, os portos devem ser construídos dentro do mar, em forma de ilha, ligada ao continente por pontes. A demanda de pedras torna-se grande. O seu transporte para o ponto do empreendimento aumenta os congestionamentos e os riscos de acidente. A área continental atrás do porto (retroárea) impermeabiliza o solo cria problemas para o sistema de drenagem. Nesse trecho costeiro, qualquer obra de vulto voltada para o mar exige que o ambiente se