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Aula 2 Primeira marcante mistura aconteceu no momento em que as populações indígenas da região entraram em contato com os colonizadores do Velho Mundo. Em meio ao interesse de exploração e o afastamento dos padrões morais europeus, os portugueses engravidaram várias índias que deram à luz nossa primeira geração de mestiços. Fora da dicotomia imposta entre os “selvagens” (índios) e os “civilizados” (europeus), os mestiços formam um primeiro momento do nosso variado leque de misturas. A dualidade da sociedade brasileira, resultado da expansão ultramarina lusitana do século 16, dava-se em dois sentidos: na relação do reinol contra os nativos (as centenas e centenas de tribos que habitavam o Brasil dos 1500), a quem a gente portuguesa tratou de submeter e reduzir à escravidão e, quase que simultaneamente, na fundação de uma unidade produtiva açucareira marcada pela relação do senhor de engenho frente aos escravos africanos.
Nesta gigantesca obra de conquista e dominação que se estendeu por mais de três séculos e meio, os reinóis contaram não somente com o suporte da Corte portuguesa como também com a chegada de diversas ordens religiosas (com destaque para a Companhia de Jesus) que vieram missionadas para a catequese dos nativos e dos escravos.
Como integrante da intelectualidade esquerdista que foi fortemente influenciada pelo marxismo (Evolução Política do Brasil, de Caio Prado Junior, de 1933) e pelo nacional-populismo (Getulismo, 1930-1954), Darcy Ribeiro voltou-se para a denúncia da exploração do Brasil Colônia e a sua continuidade no Império e República.
No topo, no mando de tudo, estava o patriciado formado por descendentes de lusitanos (donos de terra, traficantes de escravos, comerciantes, altos burocratas). Na base, uma multidão de miseráveis ou semimiseráveis formada por negros, mestiços ou brancos paupérrimos que "viviam por favor" nas bordas das propriedades.A grande mácula do país, entre tantas mais, havia sido a política de não