Porquê não há vacina contra a malária - questão.
Conforme descrito por Parham 1, foram feitas vacinas para doenças em que a infecção é aguda e que evoluem rapidamente para óbito do doente ou a eliminação do patógeno por ação do sistema imune. Para esses casos as vacinas que mimetizam o patógeno provocam respostas imunes similares àquelas resultantes do contato com o próprio microorganismo, conferindo imunidade protetora. Temos como exemplo a poliomielite, uma doença infectocontagiosa viral aguda, para qual foram feitas vacinas tanto com vírus atenuado (Sabin) quanto morto (Salk). Entretanto, doenças causadoras de infecções crônicas têm se mostrado um desafio, pois os patógenos “enganam” o sistema imune, podendo viver por anos no homem. Dessa forma, as estratégias para produção e vacinas que funcionam bem para infecções agudas virais e bacterianas não tiveram bons resultados na produção de vacinas para doenças crônicas, principalmente as parasitárias. Para que se tenha uma vacina parasitária bem sucedida, Barrett et al. 2 coloca como sendo necessário: Conhecer o ciclo de vida do parasita, para então identificar o melhor momento para a ação da vacina; entender o mecanismo imune estimulado pelo parasita: se é uma resposta mediada por anticorpos, células ou se envolve o sistema imune inato. No caso da malária, Goto e Lindoso 3 dizem que há vários fatores que impedem a liberação de vacinas à população apesar de haverem muitas pesquisas na área. São citadas a diversidade morfológica do parasita, que levaria ao envolvimento de diferentes antígenos de acordo com a fase do ciclo; a capacidade do parasita de modificar as moléculas de seus antígenos diante de uma resposta imune; mecanismos para evasão em relação à resposta imune, como a estratégia de se proliferar dentro das células, dificultando a ação dos anticorpos; os testes in vitro ou in vivo feitos em laboratório nem sempre oferecem paralelismo com o homem; limitações