Porque (não) ensinar Gramática na Escola.
É evidente que o objetivo da escola é ensinar o português padrão, porém, as instituições enfrentam uma grande barreira do preconceito linguístico em que não se deve exigir dos alunos o domínio da norma-padrão porque o português é difícil. O motivo pelo qual se aprende ou não o português tem a ver em grande parte, com questões sociais e escolas com objetivos e estratégias discutíveis.
É fato que a língua padrão pertence às classes mais favorecidas, e tornar o seu ensino para as classes menos favorecidas obrigatória na concepção de que o seu dialeto é o único válido é considerado um crime. Isso porque seriam implantados valores culturais ligados às formas cultas de falar e escrever resultando na destruição de valores populares. Uma das dificuldades enfrentadas é mostrar para os menos favorecidos que conhecendo e dominando outras formas de falar e escrever só os favorecem, porém, muitos ainda seguem um pensamento de que aprender a norma culta é muito difícil.
Aprender outro dialeto é relativamente fácil. O papel do professor na hora de passar seus conhecimentos sobre norma padrão é imaginar seu aluno como um projeto, formulando métodos para que esse projeto seja concluído com sucesso e da forma como se espera. Um método simples e eficaz para adquirir o domínio da norma culta é a prática. O aluno que lê variados tipos de textos, principalmente a literatura e tem o costume de praticar a escrita por meio de redações, consegui terminar o ensino médio com um domínio da língua materna bem avançada.
Ler e escrever não são tarefas extras para serem feitas em casa ou sugerida pelo professor, mas sim praticadas em sala de aula de forma que não traumatize aprendiz.
Do ponto de vista europeu, não existem línguas simplificadas e menos complexas que a outra. Todas as línguas são de igual complexidade. São apenas línguas diferentes.
De acordo com Possenti, “Saber falar significa saber uma língua; saber uma língua significa saber uma