Porque nao ensinar gramatica na escola
A partir da primeira parte do livro, de Sírio Possenti, oitava reimpressão 2002, trata-se de conjunto de princípios, um tanto díspares entre si, destinado mais a provocar reflexão do que a aumentar o estoque de saberes. Mais do que um o saber técnico, um conjunto de atitudes derivadas dos saberes acumulados talvez resulte em benefícios maiores, que ficaram mais claras. Mas, uma decisão que considero importante, no domínio da língua materna, é que não façam experiências, sou contrário a transformar alunos em objeto de experimentos com teorias novas. Para que o ensino mude, não basta remendar alguns aspectos. É necessária uma revolução. No caso do ensino do português, se não mudar a concepção de língua e de ensino de língua na escola (o que acontece em muitos lugares, embora às vezes haja discursos novos e uma prática antiga). O objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais, exatamente, o de criar condições para ele seja aprendido. A tese de que não se deve ensinar ou exigir o domínio do dialeto padrão dos que conhecem e usam dialetos não padrões baseia-se em parte no preconceito segundo o qual seria difícil aprender o padrão. Isto não é verdadeiro. Preciso dizer que estamos de acordo em um ponto: que o problema do ensino do padrão só se põe de forma grave quando se trata do ensino do padrão a quem não fala usualmente. Dentre as que defenderiam que a função da escola não é ensinar português padrão, aquelas que vale a pena comentar são basicamente duas. Uma é de natureza política-cultural. Outra, de natureza cognitiva. A tese de natureza política-cultural diz basicamente que é uma violência, ou uma injustiça, impor a um grupo social os valores de outro grupo. Mas, o equivoco, aqui, parece-me, é o de não perceber que os menos desfavorecidos socialmente só tem a ganhar com o domínio de outra forma de falar e de escrever. Desde que se aceite que a mesma língua possa servir a mais de uma