Por uma outra globalização
Através desta abordagem, Milton Santos considera a existência de três diferentes perspectivas dentro de um único mundo. Nesta ordem, o autor expõe sobre como o mundo nos faz crer que ele é, sobre como o mundo é em sua realidade e, por último, como o mundo poderia ser, sempre introduzindo e compreendendo o emplaque da globalização nessas concepções.
O primeiro apontamento diz respeito à forma como o mundo nos é apresentado, às facilidades que em tese a globalização desencadeou para a vida em sociedade, tornando todos a flutuar em um paradisíaco que não passa de fábulas, como o próprio autor já atribui. A rapidez com que a informação circula de um lugar a outro se torna um meio propagador de sofismas, que poderão virar realidade pouquíssimas vezes e a um número muito limitado de pessoas, como por exemplo, a possibilidade de conhecer o novo em um lugar no outro lado do mundo.
Aflorar ao capitalismo é fruto típico do papel da globalização. A competitividade trespassou a concorrência e consolidou o atual mundo perverso, eliminando traços humanitários e obrigando-nos a conviver em uma selva comandada por processos políticos e interesses empresariais. Como exemplo, Milton esclarece que a ciência passa a produzir aquilo que interessa ao mercado e não mais à humanidade em geral, período que visivelmente entramos em regresso, ao contrário do que entre fábulas chamamos de progresso.
Em terceiro nível, há uma busca por como o mundo poderia ser, diferenciando-o das fábulas e também da realidade. O interesse do autor é que o lado humano volte a vigorar e que as classes sociais deixem de viver de privilégios e tornem a reconstruir o quadro político mundial, aprendendo com novos costumes e técnicas, visando a um novo modelo de existência social jus a formar um mundo diferente do atual.
A ligação entre globalização e o capitalismo é tamanha que o autor trata aquela como o ápice do mundo capitalista, devendo-se entendê-la a partir de fatores como a