Por uma complexidade do sujeito e sua complexa aliança com a natureza.
A partir do livro “A Nova Aliança: a metamorfose da ciência”, de Ilya Prigogine e Isabelle Stengers, principalmente no que se refere aos “sistemas não-lineares” e à “irreversibilidade”, pretender-se-á ensaiar sobre a importância dada pelos autores de conceber o observador não só como espectador desses sistemas, mas também como ator. Para esse fim proposto, algumas teorias do campo da Estética nos servirão como disparadores reflexivos no que propomos chamar de “complexidade do sujeito”, mais especificamente no que toca a percepção dele, no sentido de apreensão do mundo e sua consequente expressão para com ele (diálogo entre sujeito e natureza).
Legalidade, determinabilidade e reversibilidade.
Antes de chegar às questões da ciência da complexidade, há um interessante e apurado caminho realizado pelos autores a fim de discorrer sobre o projeto da ciência moderna, tendo como uma das figuras centrais na análise Newton, primeiramente, com sua síntese e leis, e Galileu posteriormente, representando aqui o fortalecimento do diálogo experimental da/na ciência moderna.
Um ponto fundamental abordado pelos autores em relação a Newton, é o de sua síntese original, entendida pelo “processo experimental, fruto da aliança nova entre teoria e prática de manipulação e de transformação”1, processo o qual a natureza não poderia resistir. E se até então as civilizações se empenhavam em explorar os recursos naturais, no sentido de organizar e utilizar o mundo, “a ciência moderna prolonga esse esforço antigo, amplifica-o e lhe confere um ritmo acelerado.”2
Dessa síntese original presente em Newton, há um desdobramento deveras importante para entender os primórdios da ciência moderna, que tem ligação direta com as concepções aristotélicas, principalmente em relação ao seu interesse sobre os “porquês” dos processos, suas causas finais: esse interesse será diretamente confrontado por Galileu, que por sua vez,