LIVRO ENIGMAS DA CULTURA – EDGARD DE ASSIS CARVALHO

Abertura - Contra o Relativismo O autor começa por expor os problemas que o relativismo trouxe para a antropologia. Esse relativismo imprimiu uma imagem ruim da antropologia. Para o relativismo, as culturas são unidades auto-suficientes, fechadas e coerentes em si mesmas. O papel da antropologia é mostrar não apenas a particularidade de cada cultura, mas as práticas particularidade de cada cultura, mas as práticas culturas em sua totalidade. São três as reduções teóricas que incidem sobre cosmovisões que procuram fornecer um estatuto universalista ao anthropos. A primeira delas vincula-se as ideias de Claude Lévi-Strauss. As críticas superficiais dirigidas ao estruturalismo apontam para o fato de que a luta de classes e a prática histórica se encontram ausentes nas ideias de Lévi-Strauss. O estruturalismo, que é um empreendimento cognitivo complementar às ideias de Marx, defende que a formação do inconsciente constitui uma variante para o sapiens. Busca atingir a totalidade, superar a diversidade das sociedades humanas para acessar a unidade do gênero humano. A segunda redução dirige-se ao marxismo com o falso argumento de que Karl Marx não elaborou, de forma sistêmica, uma teoria dos processos simbólicos. É reconhecível que, para Marx, a produção simbólica é imanente a quaisquer sociedade humana e, por isso, os pressupostos do materialismo histórico são validos para as sociedades primitivas. Maurice Godelier, através da materialidade e dos estudos dos textos do Marx, identificou ali um método de análise que fosse factível para sociedades sem classes. E, em terceiro lugar, a crítica ao pensamento complexo consiste em atribuir a ele um caráter evolucionista e linear. Edgar Morin é responsável por essa ciência dos objetos complexos. Anti-relativista sem deixar de reconhecer as alteridades, universalista sem negar as diversidades, defende a incerteza racional. O autor afirma que este livro tem como objetivo assumir uma posição deliberadamente