129 669 1 PB
Getúlio Vargas e o Integralismo: histórias de pescador
Rogério Lustosa Victor
Doutorando em História pela Universidade Federal de Goiás, bolsista da CAPES
Resumo: Esse artigo parte da tensa relação entre o movimento integralista e a constituição do
Estado Novo para, então, localizar o Integralismo como inimigo da ditadura Vargas. A partir de análise das matérias publicadas na grande imprensa, no período de 1937 a 1945, acerca do
Integralismo, já inimigo político de Vargas, inferimos que, naquele período, embora aparentemente apenas relatando os fatos, o que a imprensa fez foi compartilhar dos mecanismos de propaganda política por meio dos quais o Estado Novo buscou legitimar o seu poder. Nesse processo, adversários da ditadura não foram poupados e o Estado foi capaz de cunhar representações que ficaram marcadas na memória social. Aos integralistas coube a pecha de golpistas, risíveis, fanáticos e patéticos.
Palavras-chave: Integralismo, Estado Novo, memória social.
Abstract: This article focus on the difficult relations between the Integralist movement and the implementation of the Brazilian Estado Novo (1937-1945) and shows how the first come to be seen as an enemy of dictator Getulio Vargas' Regime. This work shows how behind of press apparent neutrality it has in fact followed down the dictatorship mechanisms of reinforcing Vargas legitimacy. In this process rivals such as the Integralist have been not spared and Vargas regime was able to build up representations that have shaped social memory since so. Integralist leaders were portrayed as pro-coup, ridiculous, fanatical, and pathetic.
Keywords: Integralism, social memory, Brazilian Estado Novo.
63
REVISTA ANGELUS NOVUS – nº3 – maio de 2012
Getúlio Vargas e o Integralismo: o lançamento da isca
O movimento integralista surgiu em 1932 e teve considerável ascensão nos anos seguintes, tornando-se o primeiro movimento de massa no Brasil 1. Organizou excepcional rede