Por que (não) ensinar gramática na escola
O autor, Sírio Possenti, nesta primeira parte do livro Por que (não) ensinar gramática na escola, apresenta algumas teses baseadas em linguísticas e as justifica. Sua intencionalidade é promover reflexão.
É fato que a massa da sociedade é dominada e não faz uso da língua padrão por inúmeros motivos. Porém, o autor menciona que apesar de haver divergência, o aprendizado da norma padrão é construtivo e não apenas ideológico. É válido e muito importante no que diz respeito à leitura e a escrita em relação às estratégias de ensino da língua.
Para a prática efetiva e vitoriosa do ensino de línguas, é necessário saber o que se ensina e a quem se ensina. Exercícios repetitivos são aplicados em animais, mas o autor acredita que em crianças é possível aplicar técnicas a partir da criatividade delas, que é generosa.
Não há uma língua fácil ou difícil, primitiva ou sofisticada. Todas as línguas são estruturadas e complexas. Porém, são diferentes entre si. São conceituadas em valores conforme a classe social do falante, ou seja, quanto menor o prestigio social, menor o valor da língua.
Quem fala, fala uma língua, portanto sabe uma gramática. Para saber falar uma língua não é obrigatório identificar todas as regras gramaticais. Saber uma língua é compreender a existência e apreensão da comunicação. É relevante que a função da escola é ensinar a norma padrão, o texto escrito. Uma técnica sugerida é a de ouvir o aluno e verificar o que o mesmo sabe, poupando o ensino de algo já dominado e acrescentando novidades ao aluno.
Não é possível dizer que existem línguas uniformes, pois a variedade linguística reflete a sociedade e sua diversidade. As línguas sofrem mudanças no decorrer do tempo, a língua é viva e não inerte.
Os falantes de português sabem falar bem sua língua, a ocorrência de erros é menor do que a ocorrência de acertos gramaticais. A língua é apreendida por meios significativos e não repetitivos como na prática