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1.1.3 A região como objeto de análise: espaço e região
François Perroux (Economic space: theory and applications, 1950), distingue espaço geoeconômico de espaço econômico. Conforme Tolosa (1972), na distinção efetuada por Perroux, o espaço geoeconômico refere-se às relações e à distribuição das atividades econômicas no espaço geográfico, enquanto o espaço econômico “corresponde a uma noção abstrata de espaço matemático, definido por um conjunto de propriedades e independente de qualquer sistema de coordenadas [...]” (TOLOSA, 1972, p.194).
O espaço econômico, na abordagem de Perroux, pode ser classificado em: espaço econômico definido por um plano ou programa; espaço econômico definido como espaço polarizado, um campo de forças ou de relações funcionais; espaço econômico definido como um espaço ou agregado homogêneo.
O espaço polarizado, segundo Perroux, citado por Tolosa, consiste: naqueles centros (ou pólos, ou focos) dos quais emanam forças centrífugas e para os quais forças centrípetas são atraídas. Cada centro atuando como um centro de atração e repulsão tem um campo próprio, o qual é embutido nos campos de outros centros. Nesse sentido qualquer espaço geoeconômico ou banal é uma coleção de centros e lugar de passagem de forças. (PERROUX, 1950, apud TOLOSA, 1972, p. 194-195).
A respeito do termo espaço banal referido por Perroux, Dall’Acqua (2003) recorre a Milton Santos (Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, 2001), para quem este conceito corresponderia ao “espaço de todos: empresas, instituições, pessoas, o espaço das vivências [...] espaços que sustentam e explicam um conjunto de produções localizadas, interdependentes” (SANTOS, 2001, apud DALL’ACQUA, 2003, p. 73).
O economista francês Jacques Boudeville (Les espaces économiques,1970), seguindo François Perroux, do qual era discípulo, propôs uma similar caracterização das regiões: