Políticas públicas
INTRODUÇÃO Este texto apresenta as principais ideias abordadas no Capítulo 6, “A opção por grandes reformas: educação no regime militar”, publicado no livro Política educacional no Brasil: introdução histórica, de autoria de Sofia Lerche Vieira e Isabel Maria Sabino de Farias. Ao todo, a obra congrega sete capítulos, organizados, cronologicamente, mas de forma a situar, pela perspectiva do materialismo histórico, a relação entre o contexto sócio-histórico e a educação.
Organizado em duas seções intituladas “Militares no poder: mudar para não mudar” e “Educação brasileira no regime militar: a estratégia das grandes reformas”, o capítulo seis, focalizado neste trabalho, esboça um breve cenário do contexto político militar brasileiro, compreendido entre 1964 a 1985, para, então, situar os principais registros no campo educacional desse período, no que tange às reformas educacionais. Objetiva-se, portanto, neste texto, apresentar as ideias centrais do capítulo em questão, pelo ponto de vista de Vieira e Farias (2007), de modo a compreender a relação entre contexto sócio-histórico e educação desde a assunção dos militares ao poder, em 1964, até a sua saída, em 1985. Especificamente, o longo ciclo dos governos militares tem início com Castello Branco (1964-1967). Costa e Silva assume de 1967 a 1969, quando é substituído por uma junta militar, devido a problemas de saúde, que indica como presidente Garrastazu Médici (1969-1974). Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985) marcam as duas gestões finais desse período, lentamente rumando para a transição democrática. O cenário político que sucede a tomada do poder pelos militares, em 1964, é marcado pelas conseqüências da Guerra Fria (pós Segunda Guerra Mundial) que dividiu o mundo entre os ideais do capitalismo (Estados Unidos) e do socialismo (União Soviética). Sob pressão de grupos oposicionistas civis e militares, e sob o eminente risco de perder o