Políticas Educacionais e Formação Docente
A intenção de uma política educacional pode ser clara e visível, ou então obscura e camuflada. Conhecendo a intenção de uma política educacional, poderá ser compreendido outro aspecto que a envolve o poder. Esse aspecto da elaboração da política educacional permite associá-la, para uma melhor interpretação, a duas antigas e também muito atuais vertentes da eventual política.
Pelo fato de a política educacional ser estabelecida por meio do poder de definição do processo pedagógico, em função de um grupo, de uma comunidade ou de setores dessa comunidade, ela tanto pode ser resultado de um amplo processo participativo, em que todos os membros envolvidos com a tarefa pedagógica (professores (as), alunos (as) e seus pais) debatem e opinem sobre como ela é, como deverá ser e a que fim deverá atender como também pode ser imposição de um pequeno grupo que exerce o poder sobre a grande maioria coletiva.
Pensar a formação continuada e a profissionalização dos docentes requer, obrigatoriamente, uma vinculação com a reflexão em torno das reformas educacionais, assim como das transformações políticas, econômicas e sociais que têm se processado nos últimos tempos. Em nosso país, assim como nos demais países da América Latina, a partir da década de 1980, o liberalismo passou a exercer influência direta no sistema econômico e a partir do início da década de 1990, em todo sistema educacional, indo desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.
Desta forma, nosso sistema educacional vem sendo regido pelos princípios da economia e, portanto, das regras do mercado. Segundo este olhar, os alunos e seus respectivos pais são vistos como consumidores e, o ensino como produto a ser oferecido pela escola/empresa.
Fica claro que o investimento na educação e no treinamento dos indivíduos é o fator chave de desenvolvimento econômico e social. O que importa é a liberdade de mercado, no qual tem chances de progredir e sair-se bem, na escola e no trabalho, a pessoa que,