Políticas de rh instrumentos de consenso
Rh Policies: Instruments of Consensus and Ambiguities
Alfredo Rodrigues Leite da Silva* Doutor em Administração pela UFMG. Professor da FUCAPE Business School, Vitória/ES, Brasil. Gelson Silva Junquilho Doutor em Administração pelo CEPEAD/UFMG. Professor Adjunto e Pesquisador do PPGADM/UFES, Vitória/ES, Brasil. Alexandre de Pádua Carrieri Professor Dr. do CAD/FACE/UFMG. Coordenador do NEOS, Belo Horizonte/MG, Brasil.
*Endereço: Rua Fernando Ferrari, 1358, Goiabeiras, Vitória/ES, 29075-010. E-mail: alfredosilva@fucape.br
RAC, Curitiba, v. 12, n. 1, p. 11-34, Jan./Mar. 2008
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Alfredo Rodrigues Leite da Silva, Gelson Silva Junquilho e Alexandre de Pádua Carrieri
RESUMO
O objetivo deste artigo é problematizar a seguinte questão: no cotidiano do trabalho, as políticas de RH podem ser vistas unicamente pela ótica da integração organizacional ou existem implicações que geram dissensos e/ou conflitos? As propostas de integração organizacional de autores como Deal e Kennedy (1982) e Schein (1985) dificultam o reconhecimento de construções heterogêneas, inerentes à gestão de pessoas. Em contraposição, autores como Reed (1989), Martin (1992) e Aktouf (1994) baseiam uma ótica em que as políticas de RH ‘fragmentam’ a organização. A discussão é embasada por um estudo de caso sobre as políticas de RH, em uma Regional da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A coleta de dados se baseou em documentos e entrevistas semiestruturadas, com 26 atores em diversos níveis gerenciais. Para o tratamento dos dados utilizou-se a análise de conteúdo (Bardin, 1977). Buscaram-se padrões ou recorrências de palavras, frases, idéias e tópicos de interesse (Bogdan & Biklen, 1994). Como conclusão, evidenciou-se que as políticas de RH devem ser recontextualizadas com base no reconhecimento de que remetem à integração e à fragmentação organizacional, inseridas em processo de mediação das diferenças (re)construídas