Política de segurança dos eua para a américa latina
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OS ANOS DE 1990 foram marcados por algumas mudanças significativas nas relações entre os Estados Unidos e a América Latina. A indefinição de uma política hemisférica clara se aliava à ênfase nos interesses econômicos, à afirmação do modelo neoliberal e à perspectiva de um multilateralismo limitado porém emergente (1). Depois de um período dominado pelas expressões da Segunda Guerra Fria no continente, as iniciativas da administração Bush concentraram-se em estreitar os laços econômicos entre os EUA e a América Latina, negociando o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e lançando a Iniciativa para as Américas. A mudança teve caráter paradigmático, havendo um translado de uma política mais coerciva e ideológica para uma perspectiva que enfatizava a cooperação, maiores investimentos e comércio. As duas administrações seguintes, sob liderança de Bill Clinton, mantiveram objetivos similares. A partir de janeiro de 1994 passou a vigorar o Nafta, dando continuidade ao processo de integração das economias dos Estados Unidos, Canadá e México, além de alguns países da bacia do Caribe. A negociação do Tratado de Livre Comércio das Américas seria o passo seguinte.
A política externa americana no período foi redesenhada nos termos de um multilateralismo limitado às áreas e aos temas para a coordenação de políticas congruentes com os interesses norte-americanos. Contudo, a tensão entre iniciativas multilaterais e o unilateralismo na política externa norte-americana é mantida e, ainda em 1989, dá-se continuidade à tradição de intervenções militares de caráter unilateral na região, com a invasão do Panamá e a apresentação do presidente daquele país à Justiça norte-americana (2). A prática de certificar os países que colaboram no combate ao narcotráfico e as interferências nos processos políticos domésticos, como ocorreu recentemente na Venezuela, atestam para o privilégio dado a esta opção em determinadas circunstâncias. Ao mesmo tempo, abre-se um debate sobre o