Política de remoção das favelas
Opinião Zé Keti (Anos 70) Podem me prender Podem me bater Podem, até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião Daqui do morro Eu não saio, não Se não tem água Eu furo um poço Se não tem carne Eu compro um osso E ponho na sopa E deixa andar Fale de mim quem quiser falar Aqui eu não pago aluguel Se eu morrer amanhã, seu doutor Estou pertinho do céu.
A Canção de Zé Kéti, apesar de parecer utópica ou atitude de resignação, reflete um real sentimento de descontentamento com a “política de remoção das favelas” adotada em diferentes épocas na história do Rio de Janeiro, em especial na década de 60 com as reurbanizações do centro do Rio e ampliação do antigo Estado da Guanabara. A eleição de Carlos Lacerda (1960-65) para governador do antigo Estado da Guanabara representa um marco importante das "políticas de remoção de favelas". Datam deste período a construção dos conjuntos habitacionais Vila Aliança (Bangu), Vila Kennedy (Senador Camará), Vila Esperança (Vigário Geral) e Cidade de Deus (Jacarepaguá), que receberam famílias removidas da Favela do Pasmado (Botafogo), da Favela do Esqueleto (Maracanã), além de outras favelas menores espalhadas pela cidade. As remoções tinham uma atuação direta do Banco Nacional de Habitação (BNH), criado pelo regime militar em 1964, que tinha por objetivo o aumento da oferta de unidades habitacionais, suportada pelos recursos provenientes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço dos trabalhadores assalariados (FGTS). Esta fase ficou caracterizada pela periferização da população carente, especialmente em direção à zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Esta é a ótica vista pelo segmento dos partidários da ARENA, que ora integram parte do atual PSDB e representantes de partidos de ideologia de Direita. Já na visão dos ideólogos de esquerda PCB, PDT e atual PT os recursos do BNH vinham de um acordo assinados pelos presidentes, John Fitzgerald Kennedy (USA) e Costa e Silva. Cujo acordo tinha