Politicas
Crescem as manifestações de rua nas principais cidades do país, em geral organizadas por estudantes. Em 1968 o estudante secundarista Édson Luís morre no Rio de Janeiro em confronto entre polícias e estudantes. Em resposta, o movimento estudantil, setores da Igreja e da sociedade civil promovem a Passeata dos Cem Mil, a maior mobilização do período contra o regime militar. Na Câmara Federal, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, exorta o povo a não comparecer às festividades do dia 7 da Independência. Os militares exigem sua punição. A Câmara não aceita a exigência e o Congresso decreta o AI-5, em 13 de dezembro de 1968.
Em 17 de abril de 1968, 68 municípios, inclusive todas as capitais, são transformadas em áreas de segurança nacional e seus prefeitos passaram a ser nomeados pelo presidente da República.
Formou-se, assim, uma atmosfera de descontentamento: não somente entre os derrotados, mas mesmo em setores da grande frente que havia apoiado o golpe. Líderes civis do movimento vitorioso, preocupados com a impopularidade do governo, começaram a criticar a política econômica e a pedir a cabeça dos seus responsáveis. Tais dissonâncias geravam brechas por onde penetraram as críticas de estudantes e intelectuais.
Os humoristas e cartunistas exprimiam a maré montante do desagrado da sociedade diante de um regime que se configurava, cada vez mais, como uma ditadura militar. No teatro, na música de protesto, no cinema, nas artes plásticas, também ecoavam as perplexidades e as amarguras de amplos setores sociais.
Elas