Potyara Pereira destaca em seu texto, a trajetória das políticas sociais no Brasil, bem como a influência das mudanças econômicas e políticas no âmbito internacional e o impacto que causaram e que produziram uma experiência tipificada como um sistema de bem estar periférico. Tal política de proteção social caracterizou-se pelos regimes autoritários e governos de colisões conservadoras, resultando em ações fragmentadas, tópicas e seletivas, que ela descreve através de períodos históricos. No período laissefariano, o Brasil possuía uma economia agroexportadora, onde o Estado não exercia o papel de agente regulador da área social (o mercado quem ditava as regras), através de respostas informais, que não atenderam às necessidades sociais da época. O período populista/desenvolvimentista é determinado por vários subperíodos e governos que vai de 1930 a 1964. Este período teve como característica principal a passagem da economia agroexportadora para urbano-industrial, mas que não impulsionou a área social, apenas os aspectos econômicos foram contemplados. O governo dispensava mais atenção a área econômica que social. O período tecnocrático-militar, que vai de 1964 a 1985, foi caracterizado pelo autoritarismo, cujo modelo econômico era concentrador e excludente, sendo contrário às práticas populistas e quase nada de novo foi desenvolvido na área social, mas apenas atendia aos interesses da economia de empresa, na defesa do sistema capitalista e a política social tornou-se uma extensão da política econômica como um meio de acumulação de riqueza. O período de transição para a democracia liberal caracterizou-se por uma reorganização institucional, onde a concepção de proteção social teve uma maior atenção, através da inclusão da assistência social numa constituição federal. Nesse governo, de Sarney, ainda preso a um regime conservador que inibia a democracia, a sociedade teve uma maior mobilização, que graças a