Politicas educacionais no campo do saber
Jorge Barcellos
A apresentação do problema
O campo da disciplina de Políticas Educacionais está experimentando uma expansão. Dentro da fragmentada configuração da Pedagogia, sua promessa é analisar, de forma explicita, os interesses sociais e políticos diversos nas ações governamentais, com ênfase na conjuntura mais recente, no caso, agora do governo Fernando Henrique Cardoso.
No entanto, o hábito de associarmos a disciplina de Políticas Educacionais à Estrutura e Funcionamento de Ensino, e o fato de quase as tratarmos como idênticas, levou-nos a não discutir suficientemente sobre sua história, possíveis definições, teoria, metodologia e suas afinidades com os demais campos da Pedagogia. Seu programa envolve tópicos sobre a organização do Sistema Nacional de Educação, formas de financiamento, além do estudo de leis básicas como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). No entanto, a disciplina de Políticas Educacionais pode ser identificada parcialmente a estes domínios de interesse, uma vez que dificilmente poderemos limitar nestes tópicos o que o campo das Políticas Educacionais podem tratar no futuro.
Proponho que busquemos compreender o campo das Políticas Educacionais através das estratégias usadas pelas demais disciplinas, reivindicando territórios, objetos e paradigmas teóricos. Afinal, qual é o campo particular de objetos a que se dedica o Analista de Políticas Educacionais? Que tipo de metodologias utiliza, segue o campo vasto das Ciências Humanas em geral, ou da Pedagogia, em particular? Qual é a bibliografia de base para seu estudo? A resposta a esta ou a todas a perguntas é uma só: variada. Partamos da última questão. Sua bibliografia comum envolve desde textos sobre gestão escolar (Paro,Veiga) , Currículo escolar (Cunha, Moreira), Profissionais da Educação (Alves, Codo), ou seja, todos os estudos do campo de investigação pedagógica necessários para dar conta da realidade escolar.