politica e ética de aristoteles

A tese segundo a qual a cidade (polis) - forma superior e excelente de vida comunitária (koinonia) - propende teleologicamente para o bem supremo, demarca a reflexão do Estagirita de todas as teorizações precedentes, que equiparavam a experiência política com qualquer forma de associação gregária.

O homem, por natureza, é um ser social e precisa da pólis para alcançar o sem bem viver individual, que é o seu fim. A pólis, por sua vez, como é um agrupamento humano, precisa, para manter a existência organizada, que os homens se relacionem de modo coordenado e consonante com o bem coletivo, que é o fim da pólis. A política é, então, o instrumento que torna efetiva a natureza social do homem, uma vez que possibilita a ação coordenada dos grupos com vistas ao seu fim último, ao fim que justifica a existência desses mesmos grupos, ao fim que dá sentido a eles.
A política também é um atributo natural do homem, tanto que ele, ao contrário dos animais que possuem uma voz rudimentar, capaz apenas de expressar o prazer e a dor, possui uma voz capaz de articular vocabulários ricos, que expressam conceitos complexos, como justiça, paz, virtude etc.
Embora a política seja natural e tenha como fim o bem humano, as ações políticas não o são por natureza, mas por convenção que é um exercício da razão, que “escolhe”, com vistas no bem coletivo, qual é o bom agir, ou seja, o agir ético. A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral do homem em sociedade