politica economica DILMA
A questão proposta pela Revista Interesse Nacional é se podemos falar em uma nova política macroeconômica da presidente Dilma Rousseff, com a redução na taxa de juro, a desvalorização do real e as mudanças na politica monetária, fiscal e cambial. E quais seriam as consequências das mudanças sobre os rumos da economia brasileira no médio e longo prazos? O novo cenário politico pode gerar problemas para o país ou trazer a prosperidade?
Para debater esta questão e ter uma estrutura conceitual de referência que permita perceber, mais claramente, se houve de fato mudança ou não na política macroeconômica, vamos recorrer ao conceito de regime de política. Redução na taxa de juros e desvalorizações cambiais podem ocorrer sem mudanças na política econômica ou mesmo serem provocadas pelo mercado, a exemplo do que aconteceu com a crise do balanço de pagamentos em janeiro de 1999, no Brasil.
Podemos definir um regime como um conjunto de condições e políticas e sua interação, inserido num contexto social e político, com as características estruturais e instucionais historicamente especificas, sujeitas às estratégias dos diversos grupos de interesse e dos formuladores de políticas. Portanto, utilizo o termo regime para me referir a um contexto institucional e a condições mais persistentes, e não sujeitas a mudanças de curto prazo na economia, mas estáveis para o médio prazo (de cinco a dez anos). Ou seja, condições e aspectos das políticas com efeitos mais longos do que fases de um ciclo econômico de expansão ou de contração. Desta forma, um regime não depende apenas da vontade dos formuladores de política, mas do contexto histórico e de condicionantes sociais e políticas. Neste sentido, com a crise financeira nos Estados Unidos e na Europa, que está desencadeando uma mudança paradigmática com múltiplas dimensões, muda radicalmente o contexto global de inserção da economia brasileira, com importantes desdobramentos internos e no regime