Politica de terceira via
O primeiro objectivo de uma política de terceira via devia ser o de ajudar os cidadãos a encontrar um caminho através das revoluções mais importantes do nosso tempo: globalização, transformação da vida pessoal e o nosso relacionamento com a natureza.Uma política de terceira via deveria ter uma atitude positiva a respeito da globalização mas, e isto é fundamental, na medida em que ela for um fenómeno de âmbito mais alargado do que o mercado global. Os sociais-democratas têm de combater o proteccionismo económico e cultural, têm de lutar no terreno da extrema-direita, que encara a globalização como uma ameaça à integridade nacional e aos valores tradicionais. (...) Uma política de terceira via não deve encarar a globalização como aceitação tácita da liberdade dos mercados. O comércio livre pode ser a locomotiva do desenvolvimento económico mas, devido ao poder destrutivo que os mercados exercem sobre a sociedade e a cultura, temos sempre de analisar as consequências mais graves da sua libertação.
Uma política de terceira via deve manter a justiça social como preocupação nuclear, embora levando em linha de conta que o leque de questões que não cabem na velha dicotomia esquerda/direita é mais amplo do que nunca. Igualdade e liberdade individual podem tornar-se antagónicas, mas as medidas de igualização podem também alargar as perspectivas de liberdade que se apresentam aos indivíduos. Para os sociais-democratas liberdade devia significar autonomia de acção, o que por sua vez exige o envolvimento da comunidade social mais alargada. Tendo abandonado o colectivismo, a política de terceira via procura um novo tipo de relacionamento entre o indivíduo e a comunidade, uma redefinição de direitos e obrigações.
O segundo preceito da sociedade actual deveria ser não há autoridade sem democracia. A direita sempre viu os símbolos como meios privilegiados de justificar a autoridade, fosse a Nação, o Governo, a Família ou outras instituições. (...)