polifonia
Bom, é óbvio que a intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, entre os envolvidos para fazer sentido, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo entre textos pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Na literatura relativa à Lingüística Textual, é freqüente apontar-se como um dos fatores de textualidade a referência - explícita ou implícita - a outros textos, tomados estes num sentido bem amplo (orais, escritos, visuais - artes plásticas, cinema - , música, propaganda etc.) A esse “diálogo”entre textos dá-se o nome de intertextualidade.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função daquela citação ou alusão em questão.
Já a interdiscursividade é o conversar entre discursos. Onde um age como resposta, ou se refere a outro. Enquanto a intertextualidade é o texto produzido com base em outro(s) texto(s).
Aliás, a intertextualidade não é paródia, paródia é um tipo de intertextualidade.
Mas voltando a interdiscursividade, este é um conceito proposto por Mikhael Bakhtin sobre a relação que um texto (discurso) tem com outros textos (outros discursos). A interdiscursividade é o caráter principal do texto, já que para Bakhtin todo texto é atravessado por um outro, ou outros anteriores. Isto é, o texto sempre "fala" o que já foi falado (escrito, expresso). Para o linguista russo, portanto, nenhum discurso tem total originalidade.
A análise do discurso, antes disso, vai trabalhar a ideologia, as idéias (a visão de mundo) que o homem assimila em sua formação. Essas idéias que formam uma visão de mundo também não serão independentes. No plano da ideologia, as idéias também