Polidez
Ela é a primeira virtude, e talvez a origem de todas elas. É verdade que é a mais pobre, a mais superficial, a mais discutível, mas, ela parece ser a porta de entrada para se aprender as outras virtudes.
Geralmente as pessoas gostam de ser consideradas gentis e polidas, pois esses termos pressupõem atitudes nobres. No entanto, a pessoa pode ser gentil e polida e não ser ética e nem moralmente correta.
Uma pessoa que se comporta com gentileza e polidez não está, necessariamente, agindo com bondade, complacência e gratidão. O excesso de polidez e de gentileza pode até ser muito inconveniente. Aquele que é gentil e polido, em excesso, passa por pouco verdadeiro. Isso porque, às vezes, a honestidade, a seriedade e a verdade exigem que se desagrade alguém.
Levada muito a sério, a polidez é o contrário da autenticidade.
Assim, entende-se que uma pessoa polida não deve ser, só por esse fato, considerada virtuosa.
A polidez pode ser uma atitude externa adquirida pelas regras de etiqueta e não ter ressonância no interior da alma.
Uma pessoa pode ser gentil e enérgica ao mesmo tempo, sem que isso a torne menos gentil.
Pessoas que nunca contrariam ninguém não podem estar sendo honestas nem verdadeiras.
Uma pessoa gentil sabe usar a sua autenticidade com moderação, bom senso e firmeza.
É por isso que um gentil cavalheiro ou uma dama polida, quando provocados, podem tornar-se irreconhecíveis, pela grosseria de seus atos e gestos, a criatura mostra-se tal qual é nesses momentos usa todas as armas possíveis para agredir, sem mensurar se há justiça