POLIDEZ COMO OPÇÃO: O ANALISTA DE BAGÉ NO DIVÃ
Yves Figueiredo de Oliveira (UFES)
RESUMO
Sob as perspectivas teóricas pragmáticas de Grice (1982) e Lakoff (1973), este artigo analisa a ruptura das regras que compõem o Princípio da Polidez buscando efeito humorístico em uma sequência narrativa em quadrinhos do personagem Analista de Bagé, de Luis Fernando Veríssimo.
ABSTRACT
Under the pragmatic theoretical perspectives of Grice (1982) and Lakoff (1973), this article analyzes the breakdown of rules that make up the Principle of Politeness researching humorous effect in a narrative sequence of Analista de Bagé cartoon’s, of Luis Fernando Verissimo.
PALAVRAS-CHAVES
Princípio da Polidez, Analista de Bagé, Polidez
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No percurso de sua vida em sociedade, a humanidade sempre buscou formas de aceitação no processo interacional entre indivíduos. Essas formas geralmente se dão por polidez e são ações recíprocas geralmente respeitadas, a fim de melhorar a vivência em comunidade e comunicabilidade entre os membros do grupo social. Entretanto, em alguns espaços, entre eles os textos humorísticos, nota-se uma ruptura em relação à polidez como forma de assegurar o teor cômico. É assim nas piadas, tirinhas, crônicas, narrações engraçadas, entre outros gêneros. Como aporte teórico para este estudo, utilizaremos os princípios da polidez de Lakoff (1973).
Para averiguar a ocorrência dessa ruptura, visitamos a obra de Luís Fernando Veríssimo “O Analista de Bagé em Quadrinhos”, enfatizando o texto/crônica “Megalomania”. A mencionada obra em quadrinhos é fruto de uma parceria entre o autor e o cartunista Edgar Vasques.
Neste livro podemos encontrar várias histórias bem-humoradas protagonizadas pelo personagem central, o Analista de Bagé, psicanalista freudiano gaúcho de linha ortodoxa, que com sua técnica científica aliada à sabedoria popular, atende seus pacientes de forma pitoresca e nem sempre polida.
As crônicas