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Seria mais fácil a polícia preencher sua função se confiássemos nela –se conseguíssemos transmitir a nossos jovens e adolescentes a ideia de que, num estado democrático, a polícia não é a que te impede de fumar um baseado ou de fazer festa depois da meia-noite, a polícia é a primeira garantia de tua liberdade, a começar pela liberdade de circular pelas ruas sossegado, pensando na vida
DUAS POR DIA
RIO DE JANEIRO - No mesmo dia em que o IBGE mostrou que o Estado do Rio tem a sexta maior proporção de PMs por habitante no país –um policial para cada 355 fluminenses –, o secretário de segurança José Mariano Beltrame afirmou que este número está "muito aquém da quantidade necessária".
Para executar sua política de segurança, Beltrame disse que o Rio precisa de 90 mil policiais, somando civis e militares –atualmente são cerca de 58 mil, com previsão de chegar a 62 mil até o próximo ano.
De fato, parece evidente que a falta de homens vem contribuindo para a derrocada das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o principal programa de segurança do Estado, que os governos Cabral e Pezão expandiram além da capacidade.
Resta ver se a desejada ampliação do contingente policial não teria como consequência aumento semelhante em sua letalidade.
Nos primeiros sete meses de 2015, as mortes ocasionadas por ação policial corresponderam a 16% do total de homicídios no Estado do Rio, excluindo mortes de trânsito.
Foram 410 "autos de resistência", nos quais se presume que o policial não tinha alternativa e agiu em legítima defesa –o que nem sempre é verdade, como já demonstraram inúmeros estudos e casos noticiados. Isso significa que, na média, a polícia do Rio mata duas pessoas por dia.
Pior: vem matando