Poetas
Fernando Oliveira N°10 2°A
Alberto de Oliveira
Antônio Mariano de Oliveira (Saquarema, 28 de abril de 1857 — Niterói, 19 de Janeiro de 1937), mais conhecido pelo pseudônimo Alberto de Oliveira, foi um poeta, professor e farmacêutico brasileiro. Figura como líder do Parnasianismo brasileiro, na famosa tríade Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.
Foi secretário estadual de educação, membro honorário da Academia de Ciências de Lisboa e imortal fundador da Academia Brasileira de Letras. Adotou o nome literário Alberto de Oliveira no livro de estréia, após várias modificações dispersas nos jornais.
Diplomou-se em Magistério e Farmácia, cursando Medicina (vindo a conhecer Olavo Bilac), até o terceiro ano, mediante grande esforço pessoal, o que lhe rendeu emprego na Drogaria do "Velho Granado". Também abriu um colégio em Niterói.
A vingança da porta
Alberto de Oliveira
Era um hábito antigo que ele tinha: entrar dando com a porta nos batentes
— "Que te fez esta porta?" a mulher vinha e interrogava... Ele, cerrando os dentes:
— "Nada! Traze o jantar." — Mas à noitinha calmava-se; feliz, os inocentes olhos revê da filha e a cabecinha lhe afaga, a rir, com as rudes mãos trementes.
Uma vez, ao tornar à casa, quando erguia a aldrava, o coração lhe fala
— "Entra mais devagar..." Pára, hesitando...
Nisso nos gonzos range a velha porta, ri-se, escancara-se. E ele vê na sala a mulher como doida e a filha morta.
VASO CHINÊS
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a