Poetas m
Lançado em 1989, o filme de Peter Weir tem o poder de sacolejar as estruturas mais conservadoras. Em uma tradicional escola-internato norte-americana, um ex-aluno retorna para assumir as aulas de Literatura de Língua Inglesa. A escola preza pela ordem, disciplina e tradição. O professor John Keating (no filme interpretado por Robin Williams) propõe desde o início uma nova forma de pensar a literatura, uma forma diferente de olhar o mundo e de moldar a existência.
Afogados e confortáveis em suas vidas regulares, comuns, organizadas, os alunos são confrontados com a visão libertária, ousada e revolucionária do mestre, que além desses predicados, é uma exímia autoridade em literatura, um apaixonado por poesia.
A primeira reflexão que Keating propõe aos seus pupilos é a de reavaliar a importância da vida que eles levam, os sonhos, as ambições, o que eles pretendem fazer e como pretendem ser lembrados pela história, como pessoas que fizeram a vida valer a pena ou como fotografias amarelas na parede, que foram apenas coadjuvantes. Neste momento, o mestre propõe a filosofia do “Carpie Dien”, ou seja, aproveitar a vida, aproveitar o momento, fazer valer a pena.
Os alunos eram pessoas que estavam precisando exatamente disso: de uma sacudida, um choque de poesia, alguém que lhes fizesse pensar por si próprios, que lhes instigassem a imaginação, a reagir contra o sistema que lhes aprisionava.
O interesse pela poesia, pela literatura, naturalmente cresceu entre os jovens, que descobriram, inclusive, que seu adorado mestre, outrora fez parte de um lendário grupo, a Sociedade dos Poetas Mortos, então jovens, que se reuniam, faziam seu gueto para devorar seus poetas, sonhar, discutir poesia, serem rebeldes. Avultaram até a possibilidade de se ressuscitar a velha Sociedade, com eles, os novos poetas, os novos rebeldes.
Mas todo este entusiasmo tem um preço. Não é demais lembrar que apesar do professor John Keating