Poema "horizonte" - fernando pessoa
O poema “Horizonte” foi escrito por Fernando Pessoa, poeta do séc. 19 , e publicado na obra ‘Mensagem’ em 1934. Esta obra tem 44 poemas divididos em 3 partes. O poema que vou analisar está inserido na segunda parte quem tem o nome de ‘Mar Português’ e faz referência À gloriosa época dos Descobrimentos Portugueses. É o 21º Poema da obra e é constituído por 3 estrofes com 6 versos cada.
Título
O título "Horizonte" evoca um espaço longínquo que se procura alcançar funcionando, assim, como uma espécie de metáfora da procura do que ainda há e houve por descobrir.O horizonte é símbolo do indefinido, do longe, do mistério, do desconhecido, do mundo a descobrir, do objectivo a atingir.
1ª estrofe
Através da apóstrofe inicial, "Ó mar anterior a nós", o sujeito poético dirige-se ao mar desconhecido, ainda não descoberto nem navegado. Nesta estrofe encontramos uma oposição entre o mar anterior aos Descobrimentos ("medos", "noite", "cerração", "tormentas", "mistério" - substantivos que contêm a ideia de desconhecido, que remetem para a face oculta da realidade) e o mar posterior a esse feito ("coral e praias e arvoredos", "Desvendadas", "Abria", "´Splendia" - palavras que contêm a ideia da descoberta do real). Há aqui a primeira passagem do abstrato (medos tormentas –relacionado com os mitos e desconhecimento do mar) para o real – as árvores, os cheiros e as cores ( a descoberta do mundo, a descrença nos monstros e terrores que podia o mar trazer)
A expressão "naus da iniciação" (v. 6) é uma referência às naus portuguesas que, impulsionadas pelos ventos do "sonho", da "esp'rança" e da "vontade", abriram novos caminhos e deram início a uma nova era.
2ª estrofe
3A segunda estrofe é essencialmente descritiva. Essa descrição é feita por aproximações sucessivas, de um plano mais afastado para planos mais próximos: - [Ao longe] a "Linha severa da longínqua costa" (= o horizonte); [Ao perto] "Quando a nau se aproxima, ergue-se a encosta / Em árvores"; "Mais