Fernando Pessoa – Poemas (dele e dos heterônimos)
Estou cansado da inteligência.
Pensar faz mal às emoções.
Uma grande reacção aparece.
Chora-se de repente, e todas as tias mortas fazem chá de novo
Na casa antiga da quinta velha.
Pára, meu coração!
Sossega, minha esperança factícia!
Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui…
Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer!
Meu horizonte de quintal e praia!
Meu fim antes do princípio!
Estou cansado da inteligência.
Se ao menos com ela se percebesse qualquer cousa!
Mas só percebo um cansaço no fundo, como pairam em taças
Aquelas [] que o vinho tem e amodorram o vinho.
( Álvaro de Campos – 18-6-1930 ) heterônimo de Fernando Pessoa
(Poema digitado e conferido por mim mesmo e por Rebeca dos Anjos em 3 de novembro de 2012, publicado no livro Poemas de Álvaro de Campos – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 178)
Fernando Pessoa – Poemas (dele e dos heterônimos)
Estou cansado da inteligência.
Pensar faz mal às emoções.
Uma grande reacção aparece.
Chora-se de repente, e todas as tias mortas fazem chá de novo
Na casa antiga da quinta velha.
Pára, meu coração!
Sossega, minha esperança factícia!
Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui…
Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer!
Meu horizonte de quintal e praia!
Meu fim antes do princípio!
Estou cansado da inteligência.
Se ao menos com ela se percebesse qualquer cousa!
Mas só percebo um cansaço no fundo, como pairam em taças
Aquelas [] que o vinho tem e amodorram o vinho.
( Álvaro de Campos – 18-6-1930 ) heterônimo de Fernando Pessoa
(Poema digitado e conferido por mim mesmo e por Rebeca dos Anjos em 3 de novembro de 2012, publicado no livro Poemas de Álvaro de Campos – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 178)