POEMA Estatua - CAMILO PESSANHA
Analisando o poema abaixo, intitulado como “Estátua”, retirado do seu único livro “Eclepsidra”, publicado em 1920, podemos as perceber as características mais marcantes da escrita de Pessanha:
Aqui o Poema
Já na primeira estrofe do poema aparece claramente a marca pessimista, de quem se dispõe ao pior, de quem vê algo como inalcançável, pois quando diz “Cansei-me de tentar teu segredo” no primeiro verso, Camilo nos remete a uma desistência da busca do sentimento, da busca do que era até então desejado pelo eu-lírico. Tecendo o olhar para o desenvolver dos demais versos da primeira estrofe, vai nos fazendo visualizar a imagem da estátua, que por si não gera sentimentos concretos e reais, pois é um objeto frio e duro. Poderíamos dizer até, sem muita presunção, que o autor usa da imagem da estátua para canalizar o que há em seu interior.
Na segunda estrofe o autor vai começa a nos revelar os motivos de sua desistência, como se o segredo oculto em seu objeto de desejo não pudesse ser “bebido”, como encontrasse sua incapacidade de descobrir seus mistérios. No trecho onde diz “... Para bebê-lo fui teu lábio oscular, num pesadelo, por noites de pavor, cheio de medo”, deixa-nos captar a intensidade dos seus